quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Prioridade de Cristina Kirchner será luta contra pobreza e desemprego

BUENOS AIRES (AFP) — A presidente eleita da Argentina, Cristina Kirchner, destacou a luta contra a pobreza e contra o desemprego como a prioridade do governo que assumirá em 10 de dezembro próximo.
"Combate à pobreza e ao desemprego, educação, saúde e todas as questões que têm a ver com melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e com dar maior competitividade ao país", disse a senadora, em entrevista à TV, na segunda-feira à noite, referindo-se aos principais temas de sua agenda.

Ao ser consultada sobre as primeiras medidas que porá em marcha, na primeira entrevista à imprensa desde sua vitória no domingo, com 44,9% dos votos, a futura presidente, de 54 anos, ratificou que "a prioridade será a luta contra a pobreza e contra o desemprego".

Quase 14 milhões dos 39,3 milhões de argentinos vivem na pobreza, embora esse índice tenha caído para menos da metade do que se registrava em maio de 2003, quando assumiu o presidente Néstor Kirchner, após o colapso do final de 2001 e da grave crise de 2002 no país.

No governo Kirchner, o desemprego se reduziu de 23% para 8,5%, ao ritmo da expansão de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) desde 2003.

A definição da presidente reflete o perfil de seu eleitorado, formado por pobres, trabalhadores, jovens de 18 a 34 anos e habitantes de cidades menores, tradicionais redutos peronistas, de acordo com pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de Opinião Pública (Ceop).

Já as pessoas com mais de 50 anos, de alto nível social e econômico e que vivem em grandes centros urbanos, inclinaram-se pela liberal-cristã Elisa Carrió, candidata pela Coalizão Cívica, uma aliança entre socialistas e liberais que ficou em segundo, com 22,9% dos votos.

"Está claro que o voto em Cristina provém dos setores de menos recursos. Não se trata de uma crise social, mas de preocupações diferentes. As pessoas mais pobres estão concentradas em que continue havendo trabalho, crescimento, e não tanto na insegurança", analisou Roberto Bacman, do Ceop.

Em seus discursos de candidata da governista Frente para a Vitória (peronistas e socialdemocratas), Cristina Kirchner admitiu temas pendentes do governo de seu marido, entre os quais aprofundar a redução da pobreza e do desemprego.

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